Pós-pandemia: 45% das mulheres mostram algum tipo de transtorno mental
O relatório “Esgotadas: empobrecimento, a sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres”, desenvolvido pela ONG (organização não governamental) Think Olga, revela que 45% das mulheres brasileiras têm diagnóstico de ansiedade, depressão ou outros tipos de transtorno mental no contexto pós-pandemia de Covid-19.
A pesquisa foi realizada com 1.078 mulheres, entre 18 e 65 anos, em todos os estados do país, entre 12 e 26 de maio deste ano. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, e o intervalo de confiança é de 95%.
Entre as entrevistadas mais jovens, 26% declararam que os padrões de beleza impostos impactam negativamente a saúde mental. Já o medo de sofrer violência é citado por 16% das entrevistadas.
Para 91% das entrevistadas, a saúde emocional deve ser levada muito a sério, e 76% estão buscando prestar atenção à saúde mental, principalmente após a pandemia de Covid-19. Só 11% afirmam que não cuidam da sua saúde emocional de nenhuma forma.
“O relatório não surpreende, porque são dados que já sabíamos que aconteciam, ou seja, as mulheres estão cansadas e sobrecarregadas. Quase metade da população feminina tem algum transtorno mental e conta com muito pouco acesso a cuidados específicos. A maioria diz que, como ferramentas para conseguir lidar com essa questão, tem a atividade física ou a religião. Tem insatisfação com diversas áreas da vida. A questão financeira é a que mais preocupa, e a dupla ou tripla jornada é o segundo maior fator de pressão sobre a psique feminina”, disse Maíra Liguori, diretora da Think Olga.
“É necessário que comecemos a entender o impacto do trabalho de cuidado e suas consequências, além de partirmos de discussões que desestigmatizem tabus sobre a saúde mental. É essencial incentivar ações do setor privado, da sociedade civil e, principalmente, do setor público para um futuro viável para as mulheres”, afirmou, em nota, Nana Lima, codiretora da Think Olga.
A ansiedade, transtorno mais comum no Brasil, faz parte do dia a dia de seis de cada dez mulheres brasileiras. A pesquisa foi realizada com 1.078 mulheres, entre 18 e 65 anos, em todos os estados do país, entre 12 e 26 de maio deste ano. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, e o intervalo de confiança é de 95%.
o relatório “Esgotadas” mostrou que a sobrecarga de trabalho doméstico e a jornada excessiva de trabalho foram a segunda causa de descontentamento mais apontada, atrás apenas de preocupações financeiras