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15/08 Dia da Gestante | Diabetes gestacional: acompanhamento é essencial

Quadro pode ser tratado com hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e prática de exercícios físicos

No Dia da Gestante, que acontece em 15 de agosto, é necessário reforçar a importância dos cuidados com a saúde durante a gravidez. Entre os vários aspectos que merecem atenção está a diabetes gestacional, uma condição que pode gerar complicações de pequeno, médio e longo prazo tanto para a mãe, quanto para o bebê.

Estudos mostram que, nos últimos anos, a incidência da doença metabólica, causada pelo aumento de glicose no sangue da gestante, vem sendo agravada por maus hábitos de alimentação e sedentarismo da população.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2023, 18% das grávidas no Brasil desenvolveram diabetes gestacional. Tendo em vista que o país registra cerca de 3 milhões de partos por ano, isso significa que, aproximadamente, 400 mil mulheres sofrem de hiperglicemia durante a gestação.

A diabetes gestacional é diagnosticada em mulheres que não apresentavam hiperglicemia antes, sendo mais recorrente entre aquelas com mais de 35 anos, com sobrepeso ou obesidade e que tenham histórico de diabetes na família. Em alguns casos, pode aparecer em gestantes com síndrome do ovário policístico ou que, em outras gestações, os “bebês nasceram muito grandes ou tiveram excesso de líquido amniótico”, explica Alessandra Rascovski, endocrinologista e diretora médica da Atma Soma.

O Brasil é o quarto país com mais incidência da doença, que atinge 14,3 milhões de mulheres entre 20 a 79 anos, segundo o Ministério da Saúde. Os sintomas mais comuns são inchaço e ganho de peso, mas como essas características são comuns durante a gestação, a doença pode não ser percebida a tempo, o que ressalta a importância de exames periódicos.

O diagnóstico é feito por meio de exame de sangue em jejum. Segundo as novas diretrizes, quando os índices de glicose estão acima de 92mg/dl, já é necessário o cuidado redobrado. A especialista destaca a importância do pré-natal para a detecção precoce da complicação.

“É importante fazer a curva glicêmica da 24ª a 28ª semana. Após o diagnóstico, dá para tratar com muita tranquilidade, principalmente com conserto da dieta e com atividade física. Nestes casos, o controle precisa ser muito mais estrito. Se for necessário, a gente usa insulina. Com isso, o melhor momento da vida da gestante realmente será muito feliz”.

Como ocorre

Para garantir que o bebê receba a quantidade de glicose necessária para o desenvolvimento saudável, a placenta produz hormônios que ajudam a filtrar excessos. No entanto, eles atrapalham a ação da insulina no corpo da mãe. Para compensar, o pâncreas libera mais insulina. Essa ação é suficiente para a gestação ocorrer normalmente na maioria das mulheres.

No diabetes gestacional, o pâncreas não produz insulina para compensar a ação dos hormônios placentários, o que caracteriza a hiperglicemia, isto é, os níveis elevados de açúcar no sangue.

Riscos

O rastreamento e o diagnóstico precoce são essenciais para prevenir as complicações que podem atingir tanto a mãe quanto o filho. Caso a intervenção não seja feita, a mãe corre o risco de ter piora em quadros de hipertensão, ter um parto prematuro, desenvolver diabetes no futuro e de sofrer aborto.

Já para o bebê, a exposição a níveis elevados de glicemia e insulina durante a gestação pode gerar uma predisposição à obesidade, maiores chances de desenvolver diabetes na infância e na fase adulta e o crescimento desproporcional de alguns órgãos.

“Diabetes gestacional é uma condição que pode ser tratada e controlada. Com cuidados adequados, a mulher pode ter uma gravidez saudável e um parto seguro”, finaliza Alessandra Rascovski.

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