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Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio

Se outubro é o mês pela prevenção do câncer de mama, representado pela cor rosa, e novembro é pela prevenção de doenças masculinas, com a cor azul, Setembro Amarelo é um movimento mundial para conscientizar a população sobre a realidade do suicídio e mostrar que existe prevenção em mais de 90% dos casos. De cada suicídio, de seis a dez outras pessoas são diretamente impactadas, sofrendo  consequências difíceis de serem reparadas.

Reconhecido como um grave problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é definido como o ato deliberado, intencional, de causar a morte a si mesmo. É um ato iniciado e executado deliberadamente por uma pessoa que tem a clara noção ou forte expectativa de que dele pode resultar a morte, e cujo desfecho fatal é esperado.

As crises vivenciadas pelo indivíduo sejam financeiras, afetivas, perdas emocionais, insucesso na escola, doenças terminais, doenças mentais, crise planetária são motivações para o suicídio. No Brasil, um brasileiro se suicida a cada 45 minutos e 1 pessoa a cada 45 segundos em todo o mundo.

Segundo Carlos Correia, voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade que atua gratuitamente na prevenção do suicídio há 53 anos, apesar de números tão alarmantes, o assunto ainda é tratado como tabu e sendo evitado, o que só colabora para seu aumento. As pessoas que tentam suicídio pedem ajuda, mas, normalmente, não são compreendidas.

“Deixar de falar sobre o assunto só colabora para esse distanciamento social”, comenta. “O assunto suicídio deveria fazer parte, de forma muito natural, da roda de amigos, nas escolas, casas religiosas e dentro das casas”, complementa.

O movimento Setembro Amarelo é estimulado mundialmente pelo IASP – Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio e consiste em iluminar ou sinalizar locais públicos com faixas ou símbolos amarelos.

No Brasil, uma das instituições que está trabalhando pela causa neste ano é o CVV. Os 70 endereços do CVV em todo o país vão colocar uma faixa amarela na sua fachada, e seus voluntários buscam o apoio de municípios, estados e da federação para iluminar ou identificar monumentos e prédios públicos durante todo o mês de setembro.

Sofrimento de policiais 

Pesquisas acadêmicas apresentadas no 9º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Rio, jogaram luz sobre um tema ignorado nas estatísticas oficiais de violência: o suicídio de policiais militares, civis e federais brasileiros. Encarregados de salvar e proteger cidadãos, policiais pensam na própria morte como saída para uma rotina marcada pelo alto estresse, pelo risco, pelo afastamento da família e pela convivência com o lado mais sombrio da vida – crime, tráfico, pedofilia e perdas constantes dos companheiros de trabalho.

Uma das pesquisas, realizada pelo Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), entrevistou 224 policiais militares do Rio de Janeiro. Deles, 22, ou seja, 10%, declararam ter tentado suicídio. Pelo menos 50 disseram ter pensado em suicídio em algum momento da vida.

Todo mundo pode ajudar

Qualquer pessoa pode iluminar ou identificar a fachada de uma casa ou prédio, promover motoata (passeio de motos) com balões, fitas ou panos amarelos, caminhadas com camisetas amarelas ou outras ações que impactem a população. Todos que mandarem fotos de suas iniciativas para a fanpage do CVV (https://www.facebook.com/cvv141) poderão ver o material compartilhado no Facebook. Algumas dessas fotos serão enviadas ao IASP que vai reunir as principais ações ao redor do mundo. Mais informações pelo site www.cvv.org.br, www.facebook.com/cvv141, ou pelo telefone 141 (24 horas).

Fonte:Ascom/Sesab e agências
A.V.

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