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Projeto reduz partos cesáreos

 

O Projeto Parto está elevando o número de mães que optam por partos normais. Os hospitais participantes do projeto constatam que, além da ampliação dos casos, as mudanças estabelecidas após um ano de implantação da iniciativa são sustentáveis.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Hospital Israelita Albert Einstein e Institute for Healthcare Improvement (IHI) divulgaram novos resultados que revelaram as 40 instituições privadas e públicas que estão mantendo uma média de 31% de partos normais entre o público-alvo das medidas. Mais de 20 hospitais atingiram pelo menos 40% de partos vaginais, seis meses antes do fim do projeto.

A importância da iniciativa foi relatada durante comparativo estabelecido entre o antes e o depois da aplicação da medida. Enquanto que antes os hospitais e maternidades apresentavam, em média, 22% de partos normais, em 12 meses de implantação do projeto, foi registrado um aumento de nove pontos percentuais na taxa de partos normais. Esses números, entretanto, dizem respeito apenas entre as gestantes atendidas nessas instituições que são alvo das mudanças implementadas.

De acordo com o artigo ‘Concordância e discordância das indicações de cesariana: indicador de qualidade’, da autora Filipa Margarida Ferreira Pereira, “segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um máximo de 15% dos partos tem indicação de cesariana e taxas superiores a essa são inadequadas. Contudo, nos últimos anos esta prática tem sido utilizada de forma crescente implicando, desta forma, uma carga financeira e riscos desnecessários, quer para a mãe quer para o feto, a curto e a longo prazo”, afirma.

O estudo apontou também que “vários países têm usado o decréscimo das taxas de CSA como indicador de qualidade dos serviços de saúde. No 1º semestre de 2011 ocorreram 55,7% de partos eutócicos, representando as cesarianas 31,6% do total. Quanto às justificações dadas para realizar CSA, 64% estavam documentalmente justificados e em 35,3% o mesmo não se verificou”.

Outros indicadores monitorados também têm apresentado resultados que corroboram a eficácia das medidas, entre os quais as admissões em UTI neonatal decorrentes de cesáreas prematuras. Seis hospitais já conseguiram reduzir as internações, com índices que variaram de 29% a 67% de queda.

No Brasil, 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis estão relacionados à prematuridade. Quando não tem indicação médica, a cesárea ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe.

Atualmente, o país atende por 85% do número de cesáreas entre os beneficiários de planos de saúde. Entre os anos de 2006 e 2015, esse número na saúde suplementar passou de 75,5% para 85,5%.

O projeto pode gerar um impacto positivo não apenas no Brasil, mas também na América Latina e no mundo. Os hospitais privados e públicos que participam do projeto Parto Adequado estão promovendo melhorias na infraestrutura hospitalar, nos processos de trabalho e incentivando mudanças culturais.

Trinta e duas operadoras de planos de saúde também participam do projeto. O apoio se dá com a orientação e direcionamento das beneficiárias que desejarem o parto normal na rede de prestadores, criação do Espaço Parto Adequado em seu portal eletrônico, priorização dos interesses das gestantes e suas famílias na organização e avaliação de viabilidade financeira dos modelos assistenciais inovadores a serem implementados nos hospitais apoiados, com a construção de propostas para financiamento.

Confira na íntegra o artigo ‘Concordância e discordância das indicações de cesariana: indicador de qualidade’

Saiba mais sobre o Protocolo para redução de cesarianas aqui

Redação Saúde no Ar*

(A.P.N.)

 

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