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Orientação financeira para idosos

As facilidades oferecidas para o pagamento de bens de consumo e oferta de crédito abundante são os principais fatores envolvidos no endividamento de idosos. O público da terceira idade está mais ativo financeiramente, e os bancos, a partir disso, oferecem empréstimos tentadores. O que era para ser algo calculado sai do controle quando muitos retiram mais dinheiro do que realmente devem.

A dívida inicial acaba se tornando uma bola de neve quando a mesma instituição financeira oferece outros empréstimos, desta vez a juros mais baixos, para cobrir o déficit causado pelo primeiro, além de uma quantia extra. A resposta positiva é influenciada também pela alternativa do crédito consignado para pensionistas do INSS, autorizado desde 2004. Muitas vezes, quando não há controle, é a porta de entrada para a inadimplência.

Diante da proporção que o endividamento dos idosos tem ganhado nos últimos anos, foi realizado um debate na Comissão de Defesa do Consumidor e Relações de Trabalho proposto pelo deputado estadual José de Arimateia. O evento teve a presença de membros Juizado Cível de Apoio ao Superendividado, no dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, 15 de abril. A discussão teve o intuito de alertar esta parcela da população contra os abusos praticados por instituições financeiras e orientar sobre relações de consumo saudáveis, além de saber relacionar o que desencadeia o problema.

A disparada no endividamento dos idosos também está associada ao seu ganho de importância na estrutura familiar. E isso é algo que tende cada vez mais a aumentar. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de idosos de 60 anos ou mais será maior que o grupo de crianças com até 14 anos já em 2030 e, em 2055, a participação de idosos na população total será maior que a de crianças e jovens com até 29 anos. Além disso, entre 2002 e 2012 aumentou de 14,9 para 19,6 a razão de idosos para cada grupo em idade potencialmente ativa. A expectativa é que esse número triplique nos próximos 50 anos, chegando a 63,2 para cada 100 em 2060. Ainda de acordo com a pesquisa, a principal fonte de rendimento dos idosos de 60 anos ou mais foi a aposentadoria ou a pensão, equivalendo a 66,2%, e chegando a 74,7% no caso do grupo de 65 anos ou mais.

A família pode ajudar nesses casos acompanhando extratos bancários, com a devida autorização, para controlar eventuais gastos exagerados. Ademais, buscar renegociações e acompanhar os idosos com um especialista para ter certeza de que as novas condições serão vantajosas. Se a situação chegar a um endividamento exacerbado,  consultar a Justiça também pode ser uma saída.

Redação Saúde no Ar*

(M.M)

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