Um tipo específico do vírus da zika circula em Salvador, de acordo com anúncio do pesquisador da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Gúbio Soares, pioneiro na descoberta do Zika no Brasil. O pesquisador afirmou, segundo o jornal Correio, que a variação genética presente na capital baiana não altera características da doença ou contaminação. Ainda assim, Soares alertou sobre a importância de conhecer possíveis variações circulantes no país.
“Conhecer esses agentes é o passo inicial para a formulação de vacinas”, disse durante a 31ª edição da Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), realizada em Foz do Iguaçu, no Paraná. Publicado na revista médica Emerging Infectious Diseases, seu trabalho estudou amostras de sangue de pacientes contaminados entre abril de 2015 e janeiro de 2016 em Salvador.
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A Bahia se destacou como o estado com maior número de notificações de zika: 48.010 apenas neste ano, segundo boletim do Ministério da Saúde. Gúbio Soares destacou ainda que próximas pesquisas devem mostrar se existe um vírus predominante no Brasil ou se há variações por região.
“O potencial para infectar os humanos também será investigado, pois a ciência já sabe que entre o vírus da zika africano e o asiático existem diferenças genéticas importantes”, acrescentou. A pesquisa sobre a variação dos vírus tem colaboração da Ufba, Universidade da Califórnia, Universidade de Oxford, Universidade de Washington, Instituto Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz e Hospital Aliança.
Redação Saúde no Ar*
João Neto