Estudos realizados por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Recife levantaram questionamentos acerca da transmissão do vírus Zika por outras espécies de mosquitos, diferentes do Aedes aegypti.
A pesquisa, mostrada em um encontro que reúne 300 cientistas de várias partes do mundo, demonstrou que pernilongos infectados em laboratório mantêm alta concentração do vírus da zika no organismo.
Em um laboratório da Fiocruz, 200 mosquitos do gênero culex, conhecidos por pernilongo ou muriçoca, foram infectados com o vírus da zika. Os cientistas queriam investigar como ele age no organismo dessa espécie. Após sete dias da contaminação, os pernilongos estavam com alta concentração do vírus.
Foi constatado que existe uma facilidade na infecção e uma facilidade da disseminação do vírus para a glândula salivar mostrando que o vírus conseguiu escapar de algumas barreiras do mosquito, entretanto, os resultados ainda são parciais. A conclusão da pesquisa deve demorar entre 6 e 8 meses.
Ainda não se pode afirmar se o pernilongo é capaz de transmitir o vírus da zika, mas é necessário avançar nos estudos. A próxima etapa será checar se os mosquitos comuns, encontrados na área onde o vírus circula, estão contaminados, e saber se isso pode significar algum tipo de potencial de que outros mosquitos também venham a ser demonstrados como transmissores da doença.
Redação Saúde no Ar*
(A.P.N.)