O Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), localizado em Salvador, reduziu em 76% o número de óbitos na urgência e emergência da unidade na comparação entre 2015 e 2014. A diminuição do índice é resultado da adoção de estratégias de redimensionamento da força de trabalho e retomada do Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) pela direção da unidade em março de 2015.
Um ano após a utilização de novos critérios de atendimento, os números relativos às mortes na urgência e emergência continuam diminuindo. A média diária de mortes, nos três primeiros meses de 2015 ficou em 1,25 contra 1,82 de todo o ano passado. Em 2014, a média de óbitos por dia, após 24 horas na emergência, era de 5,25, conforme o levantamento feito pela direção do hospital, ou seja, quase três vezes maior que a registrada em 2015.
As mudanças no desempenho assistencial do Hospital Roberto Santos são implementadas pensando, primordialmente, na garantia de saúde à população baiana, que agora aguarda menos tempo pelo atendimento emergencial. Além do Acolhimento com Classificação de Risco, o fortalecimento do Núcleo Interno de Regulação (NIR) e o ordenamento dos procedimentos cirúrgicos eletivos ambulatoriais (consulta pré-operatória e anestésica) foram instrumentos para efetivar o acesso aos usuários que necessitam de tratamento de média e alta complexidade disponível no hospital.
Protocolo Manchester de Classificação de Risco
Segundo o diretor de Enfermagem do HGRS, Jefferson Cruz, o desafio de encarar um processo dinâmico e exaustivo de identificação dos fatores externos proporcionou a qualificação do cuidado e favoreceu o estabelecimento de uma política de segurança do paciente. “No início do ano passado, a diretoria identificou falha de controle e acesso nas unidades. A partir de então, com a decisão de reabrir o acolhimento, otimizar [a] organização de leitos e de recompor o quadro, o paciente mais crítico passou a ser priorizado”.
Por ser uma instituição de alta complexidade da Rede de Saúde da Bahia, o Hospital Roberto Santos, como explica Cruz, trabalha conforme o Protocolo Manchester de Classificação de Risco, atendendo os pacientes com perfil amarelo, laranja e vermelho. “As Unidades de Pronto Atendimento [UPAs] e Unidades Básicas de Saúde [UBS] são preparadas para o atendimento de pacientes com perfil verde e azul, [uma vez] que estes não têm [qualquer] instabilidade clínica que os impeça de buscar cuidados específicos. Para o sistema continuar melhorando, cabe a todos nós, profissionais da saúde e das demais áreas, conscientizar e informar a população sobre o local apropriado para ser atendido em cada caso”.
Como avalia o enfermeiro, a reestruturação do atendimento, considerada por ele o cartão de visita do hospital, e a recomposição do quadro são grandes acertos da gestão. “Hoje temos coordenação e supervisão de Enfermagem funcionando 24 horas, de domingo a domingo, em todas as alas. É uma rotina que permite o acompanhamento detalhado de todos os processos, com olhar mais qualificado e maior prontidão da equipe, que tem a presença constante da diretoria em campo”, ressalta.
Fonte. Ascom/Sesab
Redação Saúde no Ar*